Cabian era uma região isolada que não tinha nada
além de uma ilha muito pequena, envolta pela imensidão do oceano. Nessa ilha
viviam apenas alguns pokémon, em sua maioria já conhecidos pelos pesquisadores
ao redor do mundo, e além disso, nada mais lá chamava atenção para haver um
foco de estudos acerca da região. Um dia isso mudou, quando radares começaram a
detectar, de tempos em tempos, uma mudança significativa no magnetismo dessa
única ilha que havia em Cabian. Um grupo de cientistas e pesquisadores foi
formado para que os mesmos montassem uma base na tal ilha, e assim pudessem
entender o que estava acontecendo.
Após alguns meses de estudo, foi notado que
sempre, em algum canto daquela pequena ilha, estava acontecendo alguma batalha
pokémon muito intensa nos momentos em que as mudanças no magnetismo ocorriam. O
problema com isso era que raramente ocorriam batalhas, visto que as poucas
centenas de criaturas dali eram, em sua maioria, pacíficas, e ainda mais raros
eram os embates fervorosos o suficiente para provocar o fenômeno. Em adição a
isso, essas singularidades duravam um curto espaço de tempo, então, entender os
detalhes desse mistério, como por exemplo a relação das batalhas com o
magnetismo do lugar, era quase impossível devido à falta de “material”.
Ronald Leon, CEO de uma organização chamada
“Coterk”, ao ficar sabendo num evento direcionado a investimentos científicos
sobre as pesquisas da ilha da região de Cabian, demonstrou interesse e resolveu
investir numa forma de ajudar, e daí surgiu o maior projeto direcionado a
treinadores pokémon da história. Para estudar melhor os eventos da ilha, mais
batalhas poderosas precisavam acontecer, e com isso em mente, a Coterk, em 10
anos, fez uma enorme ilha artificial em volta da que já havia ali, e planejou
uma forma de que a chance de batalhas intensas fossem mais frequentes: Oito
ginásios foram construídos, e como seus líderes, renomados membros da Elite 4
de outras regiões foram convocados e aceitaram o projeto. Além disso, a Elite 4
da própria região contava com outros fortes nomes, ainda mais desafiadores do
que aqueles que agora eram os líderes dos ginásios de lá. Dessa forma, a ilha, até
então sem nome, agora batizada de “Ilha Soratsuchi”, se apresentava como, de
longe, a região mais difícil de ter sua Liga Pokémon vencida no planeta.
Quando o projeto foi finalizado, anúncios foram
feitos em rádios, redes de televisão, e todos os meios de comunicação possíveis,
convidando àqueles que se considerassem bons o suficiente para a Ilha Soratsuchi,
da região de Cabian, prometendo o maior desafio de suas vidas de treinadores.
Com isso, vários mestres experientes e prodígios de todas as partes do globo
traçaram seu rumo para lá, a fim de vencer a mais complicada Liga, e conseguir o
título de melhor treinador pokémon do mundo. A Coterk, pretendendo manter a
transparência com os convidados, já deixava claro para todos que o sentido do projeto
era promover o máximo de batalhas de alto nível possíveis para ajudar nas
pesquisas sobre o mistério da região, o que parecia ótimo para todos, já que
estariam ajudando no avanço da ciência enquanto evoluíam mais e mais como treinadores.
Nesse momento, um navio está chegando no porto da
entrada da Ilha Soratsuchi com pessoas que almejam estar entre os melhores dos
melhores. No convés, com longos cabelos esverdeados ao vento e um olhar brilhando
de animação, uma jovem olha sorrindo para a ilha se aproximando.
- Ei, você parece bem animada. – falou um garoto,
chegando perto dela.
- Ah, oi! Sim, eu estou muito! Pensar em ter uma
aventura como mestre pokémon numa ilha onde só os melhores vão estar me deixa
cheia de expectativas. – respondeu a garota.
- Hahaha, entendo o que quer dizer... Eu e meu
amigo estávamos doidos por algo assim, depois de passar por tanta coisa em
várias regiões...
- Seu amigo?
- Ah, ele está dormindo agora no alojamento.
- Entendo...
Ambos então sorriem e ficam olhando o horizonte,
onde um desafio, ou melhor, o maior dos desafios estava cada vez mais próximo.
O navio finalmente chega no porto e atraca, então os passageiros extasiados
começam a descer.
- Ei, eu vou indo na frente, tenho que acordar meu
amigo e falar com alguém. – disse o jovem.
- Tudo bem, espero nos encontrarmos de novo e
batalharmos um dia! – respondeu a menina.
- Eu digo o mesmo!
O garoto correu na frente, enquanto a menina respirou
fundo, se encheu de determinação, abriu sua bolsa e tirou dela um chapéu, colocou
ele na cabeça e saiu andando.
Tendo sido instruída por alguns guias que haviam
na entrada da ilha após pedir informações, a garota foi de encontro a um
laboratório que tinha ali perto. Ela avistou o mesmo após cerca de cinco minutos
andando, e quando estava perto de alcançá-lo, se encontrou novamente com o
garoto que houvera conhecido no navio.
- Ei, parece que nos encontramos muito antes do
esperado! – disse o garoto. – Que tal já fazermos a nossa batalha pra nos
aquecer pra o que vem por aí?!
- Bom, eu adoraria, mas é impossível batalhar com
você no momento, hehehe... – respondeu a jovem.
- Hã? Por que?
- Eu não tenho nenhum pokémon.
- O quê? Você não trouxe nem o seu principal pra cá?
- Na verdade, eu não tenho nem um principal... Eu
saí de casa recentemente, estou começando minha jornada como mestre pokémon nesse
exato momento, haha...
- O quê?!! Você vai começar sua aventura
na região mais difícil de todas, já de cara? Todo mundo que está aqui
provavelmente tem um forte histórico no mundo das batalhas pokémon, como
esperado pelas divulgações sobre a ilha. Por que começar por aqui, ao invés de
pegar alguma experiência antes?
- Bom, eu venho da cidade Lupin, que fica
na região de Alerim, a mais próxima de Cabian, ainda que um pouco longe, já que
Cabian é bem isolada. Por essa questão da distância eu optei por começar aqui,
mas pensando bem, acho que se eu acostumar desde o começo a batalhar com os
melhores, a chance de eu ser uma grande treinadora um dia é muito maior.
- Pensando por esse lado, você tem toda
razão...
- Ei, que tal vir comigo? Eu vou pegar o
meu primeiro pokémon no laboratório, e daí nós batalhamos!
- É uma ótima ideia, vamos lá!
Andando até o laboratório, a garota se
toca de algo.
- Desculpe, mas eu acabei de perceber que esqueci
de me apresentar antes. Prazer, meu nome é Emma, e você?
- Ah, desculpe também... Meu nome é –
- Pika, Pika! – fez um som vindo da
floresta ao lado dos dois jovens. De um arbusto, sai um Pikachu correndo, segurando
uma maçã, que logo pula no ombro esquerdo do garoto.
- Hehe, você voltou amigão... – disse ele –
Como eu ia falando, eu sou Ash Ketchum, da cidade de Pallet!
CONTINUA.
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