09/03/2021

Pokémon: Earth & Sky #04

Depois de uma fervorosa batalha, Emma e Ash se separam, com ele indo pela Rota P e ela pela Rota A, em busca do primeiro ginásio da Ilha Soratsuchi.

Enquanto andava olhando tudo ao seu redor, Emma se viu deslumbrada com como era linda a paisagem da primeira rota da Ilha. Tanto ao lado direito quanto ao esquerdo, a estrada da Rota A era cercada por um vasto gramado, com algumas árvores espalhadas e vários tipos diferentes pokémon como Duduo, Skwovet, Deerling, Bulbasaur e Aipom, além de vários Pidgeottos e Fletchinders passarem voando por ali no momento. Alguns deles brincavam entre si, outros descansavam deitados na grama, e em meio a tudo isso, algo chamou a atenção de Emma. Debaixo de uma árvore, na sombra da mesma, há cerca de 20 metros de distância dela, um Rookidee estava tentando voar e não conseguia. Saía no máximo 30 centímetros do chão ao fazer tanto esforço quanto podia, mas disso não passava e caía novamente.

Correndo na direção do pássaro pra saber o que se passava, ela se surpreende quando ele lhe lança um olhar assustador, como se estivesse pedindo pra ela não se aproximar mais. No entanto, Emma sentiu no olhar de Rookidee dor também. O pokémon que negava ajuda estava precisando urgentemente de uma. Ignorando o olhar afastador, a garota continuou andando. Pegando impulso pulando do chão, batendo a asa esquerda com clara velocidade maior que a direita, Rookidee foi na direção de Emma para atacá-la, mas dessa vez foi ele quem foi surpreendido. A jovem treinadora, ao invés de fugir ou desviar do ataque, esperou o impacto do pokémon em sua barriga e abraçou-o rápido pra não deixá-lo escapar. Uma expressão de dor ficou no rosto de Emma por alguns poucos segundos, deixando claro que mesmo debilitado, o monstrinho era capaz de um poderoso ataque. Rookidee começou a se debater nos braços de Emma tentando sair e ela notou que a asa direita do pokémon estava com uma pequena fratura. Ela então passou a segurar ele com um só braço para que, com uma das mãos agora livre, pegasse a pokébola de seu Shinx e o chamasse pra fora.


- Ei, se você acha que é tão durão mesmo nessas condições, me mostre! Se vencer o Lynx numa batalha eu lhe deixo fazer o que quiser, está bem pra você?

Um olhar determinado de Rookidee faz Emma soltá-lo, e então ele pula pra trás, agora encarando o Shinx.

- Quanta demonstração de força nesses olhos... Mas tem uma lição que você precisa aprender. Lynx, use o Olhar Malicioso!


Rookidee vê o Shinx de Emma lhe encarando de volta e dá dois pequenos passos pra trás. Mesmo assim, ainda querendo se provar, o pássaro novamente se apoia no chão para pegar impulso pulando, dessa vez com uma energia escura em volta dele. Ele enfim pula na direção do Shinx em alta velocidade, numa aparente tentativa de acabar com tudo no primeiro golpe, talvez por não querer uma luta extensa nas condições que estava.


- Esse ataque... é o Arrogância. Lynx, ele não está com força pra desviar em voo, use o Choque do Trovão!


Como previsto e dito por Emma, Rookidee que vinha voando reto não conseguiu fazer um movimento evasivo no voo e acabou indo de encontro ao ataque do Shinx, que o desmaiou na mesma hora. Emma viu ali uma oportunidade.


- Pokébola, vai! – exclamou ela, lançando uma de suas pokébolas no Rookidee.


Sem mais condição alguma do pokémon retrucar, a pokébola não demorou a confirmar a captura.


- É isso aí, minha primeira captura! – falou ela, pegando a pokébola do chão.

- Shiiinx!

- Rookidee, você parece muito forte mesmo, mas tem que entender que todos têm seus limites. Recusar ajuda num momento de necessidade não é uma decisão inteligente, por isso eu vou basicamente te obrigar a ser ajudado agora.


Emma olhou o mapa na cartilha que recebeu da professora Ivy e viu que no fim da Rota A estava a primeira cidade da Ilha Soratsuchi, chamada Azerdna Town – que também estava indicada como a capital da Ilha. Andando mais cerca de 10 minutos, Emma podia ver a cidade à frente. O lugar parecia muito grande, com um prédio – o único da cidade – gigante no meio chamando atenção, possuindo a forma de um Gigantamax Duraludon, mas sem os braços, pernas e olhos do pokémon. No topo dele, Coterk estava escrito em letras garrafais. Em volta dele, várias lojas de todo tipo de coisa e muitas casas também. Já perto da entrada da cidade, ficava o Centro Pokémon, para onde Emma se dirigiu diretamente. Passados alguns minutos, uma Blissey trouxe a pokébola na qual Rookidee estava contido em cima de uma mesa de ferro com rodinhas. A enfermeira Joy, que vinha atrás tranquilizou Emma.


- Seu Rookidee já está cem por cento.

- Aah, que alívio... Muito obrigada, enfermeira Joy.

- De nada, volte sempre que precisar.


Saindo do Centro, Emma soltou o Rookidee da pokébola. O pokémon se deu conta de que estava bem novamente graças à ajuda da garota e inicialmente dirigiu a ela seu olhar determinado padrão, depois voou e deu três voltas em torno dela, parando ao pousar em seu ombro direito. Enquanto andava pela cidade, buscando conhecer o que um lugar tão grande tinha a oferecer, Emma foi parada na rua por um estranho homem com roupa de lutador de luta livre. Uma máscara dourada cheia de detalhes tribais no rosto que deixava só sua boca e os olhos à mostra e uma roupa da mesma cor, colada no corpo, também com vários detalhes tribais e o número 619 estampado na perna direita da calça.


- Hola, garota! Você estaria interessada em batalhas?! – disse o homem.

- Mas que tipo de batalha? Eu não sei nada de luta livre... – respondeu Emma.

- Hahahahaha! No és nada disto, amiga. Eu me chamo Ray Mystery e só quero uma batalha pokémon com você, esse Rookidee tem um olhar fantástico! Ele exala vontade de lutar e isso me deixou muito animado!

- Mas é claro! Será nossa primeira batalha juntos, agora você vai poder me mostrar seu poder quando está cem por cento bem, Rookidee! A propósito, eu sou a Emma.


O pássaro abriu as asas e grunhiu, mostrando sua imensa vontade de já lutar novamente.


- Eles têm ótimos campos de batalha no prédio central da Coterk garota, que tal irmos até lá?

- Tudo bem, vamos nessa.


Entrando no prédio, viam-se no térreo, na parede oposta à da entrada, cinco grandes cápsulas transparentes do lado esquerdo, cinco do lado direito e o balcão de recepção no centro. Dentro das cápsulas cabiam quatro pessoas e havia um Alakazam parado em cada uma delas. Mais próxima da entrada, havia uma lanchonete à esquerda com algumas mesas e cadeiras próximas, enquanto à direita haviam algumas coisas voltadas para recreação dos pokémon, uma espécie de parquinho. Tinham várias pessoas no lugar, a grande maioria treinadores, conversando, trocando pokémon, comendo, etc.


- Você está aqui pela primeira vez, certo? – perguntou Ray.

- Sim, é incrível...

- Você ainda nem viu a parte realmente incrível.

- Hein?!

- Esse é o Prédio de Batalha da Coterk, onde treinadores podem evoluir suas habilidades batalhando entre si sob diversas circunstâncias diferentes sempre que quiserem. Cada cápsula daquela leva pra um lugar diferente do prédio. As duas mais próximas da recepção, à direita e à esquerda levam, respectivamente, para a sala da diretoria do prédio e ao salão de festa. Quanto as outras oito, são as que realmente importam, pois cada uma leva a um andar com campos de batalha completamente diferentes. São oito andares com quatro campos de batalha cada, totalizando trinta e dois campos de batalha diferentes no prédio.

- O quêêêêê??!!!

- Sim, e além disso, aparentemente ocorrem torneios quinzenais aqui pra qualquer um que quiser se inscrever e participar. As chaves são formadas na hora, com base em quantos participantes aparecerem.

- Isso é... é... é...

- Eu sei, eu sei... Bem Emma, vamos deixar de enrolação, venha comigo.


Ray guiou Emma até a primeira cápsula da esquerda pra direita. O Alakazam os teleportou pra uma sala onde os campos de batalha eram um ringue de boxe, um tatame, um piso de madeira com uma marcação – típico de dojos, e um gramado simples. Entre as arenas havia um certo espaço para evitar que a batalha que estivesse acontecendo em uma causasse algo na outra ao lado. A decisão de ambos foi da batalha acontecer no ringue.


- Crabrawler, vai! – exclamou Ray, soltando seu pokémon da pokébola.


Emma se deu conta que ainda não havia escolhido um nome – algo que julgava importante – pro seu Rookidee. Pensando um pouco, ela se resolve.


- Corvus, eu escolho você! – disse Emma, fazendo seu novo amigo sair voando de seu ombro até o ringue. – Corvus, a constelação do corvo... Vamos alcançar as estrelas! Lynx, venha assistir também!


Soltando seu Shinx da pokébola também, Emma estava pronta para sua primeira batalha ao lado do mais novo companheiro.


CONTINUA.